Há um projeto de lei tramitando que quer tornar o estudo do tupi-guarani um idioma obrigatório nas escolas brasileiras. Seria isto uma boa ideia? Vamos ver!
Inicialmente devo dizer que eu estudaria tupi-guarani. Para mim quantos mais idiomas melhor. Não vejo nenhum idioma como inútil, embora sempre tenha ouvido dizer o contrário por pessoas que não entendem por que perco meu tempo com idiomas mortos como o latim ou pouco falados como o gaélico escocês. Tenho até um curso de tupi clássico que comprei há uns anos e que gostaria muito de ler. Um vídeo que muito me fascinou foi um discurso, até onde sei verídico, embora o mesmo não se possa dizer de outros, de um chefe indígena aliado dos franceses contra os portugueses que foi até Paris para prestar contas ao rei sobre a guerra.
Agora por quê acho que o projeto de lei não é uma boa ideia. Primeiro, não acho que nenhum idioma deve ser imposto a ninguém. É bom ter no máximo um ou dois idiomas estrangeiros a serem escolhidos pelo aluno, mas aprende-se um idioma quando se sente uma fascinação, um desejo de conectar-se à cultura, e este desejo não deve surgir por uma imposição estatal, mas ser espontâneo, algo inerente a cada indivíduo.
Outro problema: se estão buscando "inclusão", algo tão deturpado hoje em dia, então deveriam incluir todos os idiomas indígenas que eram falados aqui antes e durante a chegada dos europeus. Especula-se que eram mas de mil idiomas! Neste caso, haja concurso público para preencher todos estes cargos nas escolas públicas!
Por último, o Brasil detém um dos piores rankings na educação atualmente. Às vezes ficamos atrás até de países muito mais pobres e que viviam em guerras civis. Nos meus tempos de professor de análise textual, era difícil encontrar um aluno que dominasse a gramática portuguesa básica, então querem dificultar ainda mais a cabeça dos jovens ensinando tupi! O tempora! O mores!
Em resumo, o melhor seria focar em melhorar o ensino para os alunos aprenderem ao menos o português.
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