Superendividamento: culpa do capitalismo?

Estava pesquisando sobre a lei do superendividamento e achei um texto bem interessante. Ainda não me aprofundei para escrever um texto sobre ela, mas de antemão já lhes antecipo que a proposta parece razoável. Talvez escreva sobre o assunto em breve, mas o que gostaria de escrever na postagem de hoje é sobre o texto de um advogado que culpava o superendividamento das pessoas no sistema capitalista.

Já conversei com pessoas superendividadas e muitas das quais culpavam a sociedade de consumo. Ora, os produtos estão disponíveis, cabe ao consumidor saber quais são as suas necessidades e ter força de vontade para resistir às tentações. Deveríamos então acabar com a sociedade de consumo, ou seria melhor investir em educação financeira, para saber como poupar e fazer um consumo consciente?

Ao ler a opinião do causista, a primeira coisa que me veio a mente foi a fábula da raposa e das uvas. Para quem não se lembra deste clássico de Esopo, recontado posteriormente por Fedro e La Fontaine, a raposa, incapaz de alcançar as uvas apetitosas, é incapaz de reconhecer a própria fraqueza e, ao final, afirma que as uvas não eram boas, eram azedas. Trocando em miúdos, era incapaz de reconhecer que o problema estava apenas com ela, que não conseguia saltar alto o suficiente. É um retrato do mundo atual em que as pessoas não querem assumir responsabilidades nem ver a própria culpa!

O capitalismo é o sistema que preza pela livre iniciativa e pelo livre mercado, diferente do sistema oposto em que há um governo arrogante e populista que afirma conhecer quais são as reais necessidades dos cidadãos, estabelecendo quantos ovos as pessoas devem consumir por dia. É claro que tal sistema é o queridinho dos nossos professores universitários, jornalistas e intelectuais há anos. São os bons e velhos "socialistas utópicos de Harvard", como diria Nassim Taleb, que aguardam a revolução socialista com a mesma fé com que cristãos aguardam a segunda vinda de Cristo. Será que eles gostariam de comer só uma certa quantidade semanal de ovos e, quem sabe, carne uma vez na vida? Arrisco dizer que não mesmo!