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Poetas Romanos: Catulo

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O latim é um dos idiomas com maior quantidade de poetas talentosos da antiguidade. Mesmo levando em consideração que boa parte do que foi escrito naquela época se perdeu, os autores que chegaram até nós constituem um verdadeiro tesouro para a literatura universal, um legado dos romanos que nunca deveria perecer. Como seria bom se este idioma retornasse aos colégios!


Hoje vamos falar de um célebre poeta chamado Catulo, uma figura proeminente no movimento poético neotérico, os "novos poetas", como eram conhecidos, que valorizavam a elegância e a simplicidade na poesia. Seus poemas de amor, especialmente os endereçados à sua amada Lesbia. Não se sabe ao certo quem era Lésbia, possivelmente até seja um pseudônimo, uma alusão à poetisa Safo de Lesbos. A poesia dedica à Lesbia varia bastante de estilo, podendo ser um lindo poema, como também uma sátira cáustica em que acusa Lésbia de promiscuidade. Às vezes me pergunto se Catulo não foi o primeiro caso registrado de bipolaridade...


Além de sua poesia amorosa, Catulo também escreveu poemas satíricos e epigramas que abordavam temas políticos e sociais. Ele era conhecido por sua habilidade em ridicularizar figuras públicas de sua época, até mesmo Júlio César foi alvo de uma de suas sátiras. Catulo também brincava com os amigos como um certo Fabullus (Fabinho, e Português) que fora convidado pelo poeta para um jantar, mas desde que ele mesmo trouxesse a própria comida, pois a carteira de Catulo estava cheia de aranhas (plenus aranearum).


Mas retornemos aos poemas de amor. Hoje apresento para vocês um dos mais belos, que foi até musicado pelo compositor Karl Orff e cujo estilo foi imitado por poetas posteriores como Lord Byron.




Vivamus mea Lesbia, atque amemus,

rumoresque senum severiorum

omnes unius aestimemus assis!

soles occidere et redire possunt:

nobis cum semel occidit brevis lux,

nox est perpetua una dormienda.

da mi basia mille, deinde centum,

dein mille altera, dein secunda centum,

deinde usque altera mille, deinde centum.

dein, cum milia multa fecerimus,

conturbabimus illa, ne sciamus,

aut ne quis malus invidere possit,

cum tantum sciat esse basiorum.


Vivamos, minha Lésbia, e amemos também,

e os rumores dos velhos mais severos,

julguemos todos valer um centavo.

Sóis podem se pôr e voltar [a nascer]:

quando uma só vez morre a breve luz,

a noite é uma só, perpétua para se dormir.

Dá-me mil beijos, então cem

então outros mil, então mais cem,

então até chegar a outros mil, e então cem.

então, quando tivermos feito muitos milhares,

então perderemos a conta, para que não saibamos, ou para que ninguém mau possa invejar,

ao saber serem tanto o número dos beijos.



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